O que vem por aí - A FUGA

“Para o Estado e a sociedade, parece que existem somente 440 mil homens e nenhuma mulher nas prisões do país. Só que, uma vez por mês, aproximadamente 28 mil desses presos menstruam”. A frase, de Heidi Ann Cerneka, está presente no livro de Nana Queiroz “Presos que Menstruam” e também permeia as discussões no processo de montagem de A FUGA, do Grupo Z de Teatro. O espetáculo, que marca a estreia de Alexsandra Bertoli como dramaturga, traz a história de duas presidiárias que planejam uma fuga. Com direção de Fernando Marques, a peça está sendo montada com a participação de atrizes de fora do grupo e estudantes de teatro mulheres, que observam, acompanham, opinam e debatem. Além disso, elas produzem regularmente conteúdo sobre o processo, disponível no blog do espetáculo: https://afugagrupoz.wordpress.com/

Confira a entrevista com Alexsandra Bertoli, que também atua na peça, sobre o trabalho, a pesquisa e, claro, sobre a temática abordada em A FUGA. O espetáculo estreia no primeiro final de semana de setembro, mas, antes disso, o público poderá conferir uma prévia do que vem por aí e participar do debate no Ensaio Aberto de A FUGA, agendado para o dia 4 de agosto.

A entrevista é a terceira da série “O que vem por aí”, que aborda estreias teatrais de 2017 e tem o objetivo de informar, com um pouco mais de profundidade, sobre o que tem sido produzido no Espírito Santo, além de ampliar o espaço de divulgação sobre o fazer teatral local. A série é promovida pelo Blog Cena Capixaba em parceria com a atriz e jornalista Patricia Galleto.


Registro de sala de ensaio: as intérpretes Alexsandra Bertoli e Carla van den Bergen.
Foto de Daniel Boone

Como surgiu a ideia de escrever a peça e seu interesse pelo tema?

Em 2015, o Sesc promoveu um núcleo de dramaturgia coordenado pelo Fernando Marques e eu me inscrevi. No Grupo Z, temos como prática o processo colaborativo e, muitas vezes, a construção do texto se dá durante a montagem. Como geralmente é o próprio Dinho que escreve e dirige, a partir dos estímulos que ele traz, a gente cria e ele escreve, ou transforma o que ele já tinha escrito. Eu queria estudar mais sobre dramaturgia e vi uma possibilidade de, talvez, participar do núcleo como atriz que colabora com o processo de construção dramatúrgica, assim como acontece no Z. Não fui exatamente com a intenção de escrever, não sabia como iria acontecer a oficina, mas a primeira coisa que a gente fez já foi um exercício de escrita. O Dinho espalhou pela mesa vários estímulos, incluindo muitas imagens, então você escolhia uma delas e, a partir desse estímulo, escrevia um texto, que não precisava estar dentro de nenhum estilo ou padrão.


Qual foi o seu estímulo?

O meu foi uma imagem que tinha uma fila de elefantes em migração em um deserto. Meu primeiro texto falava de uma fuga de muitas mulheres e de uma mulher que observava isso. Não tinha um lugar no tempo. Era uma mulher narrando a fuga de milhares de mulheres, até que ela entrava no meio e ia junto, sem saber para onde elas estavam indo. Depois, o Dinho pediu que, a partir desse texto, a gente criasse uma cena, que também não precisava ser a representação exata daquilo. Aí surgiu a primeira cena de A Fuga, que existe até hoje, mas ainda sem essa voz dessas personagens que delimita o lugar onde elas estão, que é um presídio feminino. Quando eu fui pensar em que voz eu daria para essas personagens, aí, sim, veio a referência pessoal na escolha de falar de presídio; um desejo, uma urgência, que, apesar de não conseguir explicar muito bem, provavelmente tem origem nas minhas experiências pessoais como visitadora de presídio masculino durante muitos anos, como uma observadora daquelas mulheres que dividiam comigo aquela fila, aqueles momentos de muita escuta, porque, apesar de estar lá também, de ser uma visitadora e passar por tudo aquilo, era como se eu ainda tivesse uma condição um pouco mais privilegiada do que a maioria que estava ali, de saber que muitas delas já tinham sido presas por causa de cônjuge e de, com isso, ficar muito interessada em saber um pouco mais sobre como era o presídio feminino. Também de lembrar de uma peça que foi uma das primeiras coisas a que eu assisti depois que comecei a estudar teatro, um trabalho de dança que se chamava “Cela das Horas”, que me tocou profundamente.


Em que momento você foi buscar mais informações sobre essa realidade? 

Antes mesmo do processo de escrita. Eu tenho uma relação com o Yoga, conheço muita gente nessa área porque pratiquei por muito tempo, fiz um curso de formação e, dentro desse curso, tem um grupo que trabalha nos presídios masculinos e era um desejo muito grande de duas componentes conseguir levar o Yoga para o presídio feminino também. Elas me chamaram para fazer um trabalho que elas iriam mandar para um edital, que era atrelar o Yoga ao teatro, então, a gente pensou um projeto. Para escrevê-lo, estudamos muito. Não conseguimos viabilizá-lo, mas sabe aquela coisa que fica meio como paixão? Que você acha que uma hora vai acontecer e que você precisa que aconteça? Depois de um tempo, eu tentei ir dar aula como professora de Artes, mas não consegui passar na avaliação de títulos. Desde esse projeto, uns dois anos antes da escrita de A Fuga, eu já venho estudando a partir de artigos, teses de mestrado, relatos de experiências. Quando comecei a escrever a peça, eu senti muita necessidade de ir para lá - e essa necessidade ainda não passou -, mas até hoje eu ainda não consegui cavar esse momento com elas, que é independente desse texto, é uma necessidade pessoal que vem de longa data.


Nesse interesse e nessa pesquisa, o que você pode apontar como fatos relevantes dessa realidade para que você e o grupo tenham decidido abordar a temática de mulheres encarceradas em um novo espetáculo?

Existe uma necessidade anterior, que é a de falar da mulher, isso há muito tempo e inserido em uma luta política antiga de conquista de direitos, que não é urgente só agora, já é urgente há muito tempo. No Brasil, no final de 60, houve uma grande produção de dramaturgia escrita por mulheres, por exemplo, é um desses movImentos em que a falta ou perda de direitos faz surgir essa voz indignada também na arte - e eu acho que a gente está em um momento muito parecido. Existe uma urgência porque é como se a gente não conseguisse falar de outra coisa que não sobre as injustiças sociais. De repente, a gente toma uma na cabeça e vê que as conquistas que já vinham a passos lentos começam a regredir, então, para mim, mais do que uma urgência pessoal, existe uma urgência que é do nosso momento político. E, se falar da mulher já é urgente, falar da mulher encarcerada, que está à margem da margem, é urgentíssimo.

A gente já concebe o sistema carcerário como um sistema desumano, falido, algo que não funciona. De qualquer maneira, é desumano, mas o sistema carcerário foi pensado para o homem, é muito mais recente o aprisionamento feminino. As primeiras mulheres presas foram encarceradas por mau comportamento, porque saíram de casa e deixaram a criança, foram beber, desobedeceram o marido, porque tiveram uma crise de histeria (semelhante ao que aconteceu no século XIX com as histéricas). A histeria foi diagnosticada como uma doença da mulher, uma doença do útero, e essas mulheres eram levadas para o manicômio, não só as histéricas “de fato”, também eram consideradas histéricas, ou eram encaixadas naquela loucura, as filhas dos senhores que engravidavam de pretos alforriados ou não, por exemplo, assim como as que queriam liberdade política, que queriam ter voz. Essas mulheres todas foram consideradas loucas, diziam que o útero estava na cabeça, que enlouqueceram porque não casaram, não tiveram filho, e coisas desse tipo também aconteceram no início do sistema prisional feminino. Já começa muito errado.

Elas dividiam as cadeias com os homens ou pegavam cadeias que já estavam sem condições. Não se pensa, em nenhum momento, na ressocialização porque sequer se pensa o corpo dessas mulheres, não se pensa as necessidades específicas delas, e elas vão para um lugar que é do homem, onde vai ter, inclusive, uma privada que não é ideal para nossa anatomia. É claro que, na lei, a gente já teve muitas mudanças, a questão é que o processo é muito lento para as leis vingarem na vida real, quando vingam.

Há muito tempo, tem-se pensando esse espaço de encarceramento feminino, mas, na maioria das prisões, a gente ainda vê que é uma prisão construída para o homem, além de a mulher ter menos direitos. Tem uma frase que abre o livro que a gente tem como estudo (“Presos que Menstruam”, de Nana Queiroz), de Heidi Ann Cerneka, que diz: “Para o Estado e a sociedade, parece que existem somente 440 mil homens e nenhuma mulher nas prisões do país. Só que, uma vez por mês, aproximadamente 28 mil desses presos menstruam”. Não há diferenciação e há uma piora, dependendo do lugar em que elas estão presas porque a gente sabe que o sistema prisional é mais ou menos humanizado a partir de quem está gerindo esse espaço. Muitas não têm direito a visita íntima, por exemplo, como se, para a mulher, não fosse necessário o sexo, mas, para o homem, fosse preciso para que ele fique tranquilo - a mulher, pelo contrário, tem que parar de transar para ver se toma juízo na vida. Não por causa da lei, mas por causa da sociedade, a mulher não costuma receber nenhum tipo de visita. Quando há visita, é de outra mulher, mas ela geralmente visita o filho e não visita a filha, porque parece que é mais vergonhoso uma filha presa do que um filho preso. Eu estou citando alguns exemplos, mas são muitos. Tem também a repressão a qualquer coisa que mexa um pouquinho com a vaidade.

O pior, para mim, é a questão da maternidade. Tem gente trabalhando com muito empenho para que essas mulheres tenham direitos e cuidados garantidos, inclusive as que rejeitam os filhos, para que recebam atendimento nesse momento frágil, porque muita gente enxerga esse momento como uma possibilidade de transformação daquela mulher também. Mas, quando isso é negado, além de não transformar nada, você piora a situação com o afastamento daquela criança antes de terminar o período de amamentação, a possibilidade de nunca mais ver seu filho. Outra coisa é o encarceramento de mulheres que não precisavam estar encarceradas. A gente vê isso também no presídio masculino, mas isso é muito maior no presídio feminino porque, muitas vezes, todo mundo sabe que aquela mulher não é a traficante, que ela morava com o traficante, isso é muito comum, inclusive, é a maioria. Existe uma porcentagem de assassinas, de ladras, mas a grande maioria, no Brasil inteiro, é tráfico, associação ao tráfico e, dentro dessa porcentagem, vemos quantas estavam mesmo no tráfico, é a minoria.



Fotos de Daniel Boone


No caso de A Fuga, qual é a história das personagens?

O texto mostra fragmentos do cotidiano de duas presidiárias. Elas dividem a cela e dividem também o revezamento na escavação de um túnel de fuga. Apesar de eu nunca ter conseguido achar nada que mostre uma fuga desse tipo num presídio feminino (existem outros tipos de fuga), eu quis trazer essa possibilidade na ficção, de uma rebelião feminina na cadeia, que também acontece muito pouco. Ana e Mirela fazem revezamento nessa escavação e os fragmentos que são mostrados geralmente são antes ou depois da escavação e acaba tratando um pouco desse cotidiano da prisão, a solidão, a falta de companheiros e companheiras fora da cadeia que estejam dando apoio, os crimes que cada uma cometeu. Mirela se envolveu no tráfico por causa do namorado, mas eles foram além disso porque ficaram sem dinheiro para voltar à ativa - é preciso ter grana para ter a droga e poder comercializar -, eles foram assaltar e isso foi se desdobrando em crimes mais densos. E a Ana é uma dona de casa, que para de trabalhar porque casou (ela não representa uma maioria, eu acho que nenhuma das duas representa uma maioria das encarceradas, e talvez isso tenha sido proposital, ainda que eu cite o tráfico, quis trazer também a possibilidade de outros crimes). Ana sofreu durante 12 anos um casamento violento e, meio sem saber por que, foi cedendo, até que acaba cometendo um crime no desespero, talvez nem tivesse a intenção de matar.


Embora você tenha trazido crimes que não sejam os mais comuns de mulheres presas, você fala, no decorrer da peça, sobre questões muito comuns na vida das mulheres também fora das celas.

Sim, das não encarceradas também. Onde nós estamos encarceradas? Existe esse aspecto de trazer para perto, inclusive, a gente tem percebido que traz, aproxima. Não sabemos como isso vai repercutir no público, mas, enquanto processo, percebemos que, além da prisão concreta, chegamos a uma prisão metafórica que está na nossa vida.


Muitas vezes, há uma necessidade (e até mesmo uma cobrança) de que o artista tenha experimentado “na pele” ou tenha convivido com a pessoa da qual se fala, principalmente quando o trabalho aborda um universo que não seja próximo a ele. No caso de A Fuga, por que vocês optaram por não ir a presídios para conversar com mulheres presas e colher diretamente depoimentos para a montagem do espetáculo? 

Eu pensei muito nisso, até porque, durante muito tempo, eu confundi uma necessidade pessoal de reaproximação com o sistema prisional e a escrita da peça. Claro, para escrever, eu me baseei em uma série de coisas reais, mas é ficção. A gente já discutiu aqui, internamente, sobre essa necessidade de pautar a criação em uma vivência da coisa, de como se eu não pudesse falar daquilo se eu não tiver vivido aquilo. Isso parece mais difícil ainda se vamos falar das minorias, porque é necessário dar a voz, então, é como se eu quase estivesse tirando a voz delas. Ao invés de dar a voz, eu tiraria. Isso é algo que ferveu muito a minha cabeça, mas que ficou muito tranquilo depois que passamos por esse momento de discussão, em que pensamos sobre o quanto uma visita ajudaria a gente nesse processo, o quanto isso ajudaria a dar voz a essas mulheres de uma maneira mais orgânica, autêntica, de não ter blefe, e sobre o quanto isso era necessário e, sendo necessário, como fazer isso.

Ir lá um dia e fazer uma visita rasa? Não aproxima, distancia. Então, isso a gente já sabia que não queria. Talvez uma aproximação de fato, mas aí começamos a questionar o lugar da ficção na sociedade e a importância de não esvaziar o poder que a ficção tem e essa necessidade quando se fala dessas questões tão urgentes. Como ficamos nessa situação de, como artistas, dar voz sem precisar necessariamente ter vivido aquilo. Aí entra o fazer artístico, senão, a gente só vai poder falar sobre a gente mesma, autobiografias - e isso é legal também. Mas, quando não é o caso, o que você faz? Como você faz para falar dessas coisas sem ter que ir lá e ser presa e ficar lá um tempo, no nosso caso, o que nos pareceu é que muitas vezes você vai lá e usa essas pessoas, e você não dá nada, e de uma maneira artificial, sem nenhuma espontaneidade nisso.

Combinamos, então, que, se alguém no grupo sentisse necessidade de se aproximar por essa via da visita, se sentisse mesmo que elas precisam, que se manifestasse (porque eu penso assim, eu quero ir lá visitar porque elas não têm visita, não porque eu quero fazer um trabalho artístico). Uma componente da equipe levantou a mão na mesma hora e falou “eu não quero ir”, e talvez a que a gente achasse que poderia querer por estar muito perto desse universo. Ao mesmo tempo, recorremos a materiais que já existem, que talvez sejam até mais fiéis à realidade do que um pseudo-laboratório de um mês, dois meses. Tudo parecia, mesmo quando a gente pensava em alguma coisa mais longa, muito pouco para dizer que isso seria a base do trabalho, como se isso fosse defender a proposta. Não é isso, então, logo de cara, a gente descartou essa obrigatoriedade.

O texto tem uma série de referências a situações reais, mas ele é uma ficção das mais ficções. Esse foi o lugar no qual a gente escolheu trabalhar e, ao mesmo tempo, sem a pretensão de querer falar pelo outro, a partir do lugar que é do outro, mas sim do nosso lugar de artistas que querem levantar essas questões. E, sim, a gente também está respaldado nesse sentido para não dar blefe, para não falar sem nenhum conhecimento, para trazer, através da ficção, essas questões que são reais, fortes e que têm nos incomodado. Fomos lendo pessoas que de fato têm uma vivência de anos se dedicando à luta para que esses lugares melhorem, para que essas pessoas sejam humanizadas e não ainda mais desumanizadas, para que elas tenham os direitos garantidos, a gente prefere ir por esse caminho de estudo e pesquisa (que também é uma tendência do Z) a fazer uma vivência fake para dizer que está falando daquele lugar com autoridade porque esteve lá.


Para acompanhar o processo de montagem, vocês selecionaram algumas mulheres. Qual foi o objetivo e como tem sido a participação delas?

Como temos, há algum tempo, trabalhado com agregados, convidados da gente que a gente acha interessante para fazer parte dos processos, achamos que caberia e que seria muito importante para o trabalho contar com a presença de outras mulheres de fora do grupo, antes de tudo, porque teríamos um encenador e diretor homem, o Dinho. Como seria um texto escrito por uma mulher e se a gente está nesse momento, mais uma vez na história, em que as mulheres se unem para dar voz às próprias mulheres e para viabilizar a visibilidade delas (porque produzindo, a gente está), achamos bacana ter a interferência de mulheres que observam e participam de outra maneira. Além disso, defendemos que, como o próprio texto e o surgimento de uma nova dramaturga no grupo são resultados de um processo de formação, queríamos abrir esse espaço para estudantes de teatro e atrizes.

Essas mulheres têm algumas atividades muito definidas, outras não. É definido que elas vêm acompanhar o processo, que elas fazem protocolos dos encontros e que esse material é publicado no blog do espetáculo. Essa publicação dos relatórios também é uma maneira de abrir mais um espaço de divulgação e compartilhamento de uma escrita da mulher e de produção de conhecimento a partir dos escritos das mulheres (durante muito tempo, a gente teve a nossa história contada só por homens). O que foi acontecendo, e a gente foi deixando acontecer e gostando, é que elas têm interferido bastante no processo de montagem com as observações que elas fazem, com as discussões pós-relatório. Muitas vezes, um relatório abre caminhos para a encenação que a gente não tinha vislumbrado.


Uma das marcas do Grupo Z é a presença forte do trabalho corporal na construção dos espetáculos. De onde vocês têm partido, nesse sentido?

É um processo difícil, porque a gente tem que se aproximar desse universo que, quanto mais a gente cava, mais a gente vê que desconhece e que precisa cavar mais, e construir os corpos dessas mulheres tem sido um desafio. Essas mulheres passam muito tempo num túnel e estão presas de todas as maneiras, a gente tem pensado muito nesse trabalho corporal a partir do plano baixo, da contração, e isso tudo é muito pesado, mas, ao mesmo tempo, sentimos que vai construindo essas sensações corporais importantes para a  construção das personagens e é bom. Também há duas cenas que tratam de atividades físicas delas. Temos a Capoeira da Mirela e o Yoga da Ana, então, achamos por bem pegar a Capoeira de Angola, porque é a sugestão do texto, e o Yoga para além da meditação (que aparece no texto), incluindo as posturas, e trabalhar também o Yoga e a Capoeira como preparação corporal das atrizes. Temos trazido o que temos de vivência e temos pesquisado, visto coisas e feito algo que o Grupo Z faz já há muito tempo, que é pegar tudo isso, descaracterizar um pouquinho e construir algo a partir daí. O Yoga existe em muitos projetos espalhados por todas as penitenciárias daqui e do Brasil porque é visto como uma prática que acalma, que faz as pessoas entrarem num estado de mais tranquilidade, e a capoeira está muito na vida dos presidiários, no cotidiano, porque existe uma maioria pobre e preta presa - a maioria é pobre e preta no feminino também. E a capoeira, apesar de ter ganhado o mundo, também está nesse lugar periférico.


ENSAIO ABERTO
4 de agosto (sexta-feira) às 19h
Má Companhia - Centro de Vitória

TEMPORADA DE ESTREIA
Sábados e Domingos de setembro
Má Companhia - Centro de Vitória

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