Decapitando _ Crítica
Leia a crítica do Professor de Literatura Luiz Antônio Damasceno sobre o espetáculo ALICE - UMA QUASE ÓPERA PUNK-ROCK CONTEMPORÂNEA apresentada no dia 26 de agosto de 2017 no Teatro Municipal Rubem Braga em Cachoeiro.
Assistir à peça "Alice..." ontem à noite levou-me, mais uma vez, a questionar: por que certas pessoas não têm voz, por que não podem falar, por que têm de ser omissos e aceitar tudo, são os Sem-Voz, o Ninguém. E por outro lado refletir sobre os “Poderosos” e que são empoderados por pequenos grupos que os alimentam e também podem tirar proveitos e levar vantagens numa nação onde vivemos e sobrevivemos.
Remontei ao livro e ao filme e pude constatar que a autora do espetáculo trabalhou muito bem na releitura da composição e revisitação a contextos diversos e, principalmente, na composição das personagens. Talvez o Lewis Carrol tivesse idealizado uma Alice, segundo as mídias têm padronizado com um certo tipo de beleza e o texto recriado nos brinda com várias “Alices” direcionadas a vários universos. Só aqui já dou os meus parabéns ao texto, pela qualidade, abordagem e perspicácia. O diálogo com a obra original foi perfeito, pude perceber a ruptura das ideologias nos contextos revisitados como o social, o educacional, o cultural, o político.
Interessante é que, à semelhança do que se vive no país atualmente, podemos ver a figura do opressor muito bem caracterizada pela Rainha de Copas, que a todo momento só pensava em decapitar, privar, oprimir e impedir de se viver a verdadeira cidadania.
No nosso país o que mais vemos são pessoas que foram “decapitadas”, isto é, perderam “cabeça”, não sabem mais o que fazer, mediante as crises, o desemprego, as falcatruas do governo. Enfim, perderam suas cabeças, foram decapitadas num país de impunidade, do “faz-de-conta” ao se acercarem das mazelas.
Então, a peça leva o espectador a garimpar preciosidades presentes nela e tentar polarizá-las no seu mundo.
A fantasia levada ao palco mostrou o ser humano querendo saber que papel representa no mundo, o porquê de estar aqui e que pode fazer para um mundo melhor, mais humano, mais equilibrado, mais feliz e justo.
Assistir à peça "Alice..." ontem à noite levou-me, mais uma vez, a questionar: por que certas pessoas não têm voz, por que não podem falar, por que têm de ser omissos e aceitar tudo, são os Sem-Voz, o Ninguém. E por outro lado refletir sobre os “Poderosos” e que são empoderados por pequenos grupos que os alimentam e também podem tirar proveitos e levar vantagens numa nação onde vivemos e sobrevivemos.
Cena do espetáculo - Foto de Gabriela Júlia
Remontei ao livro e ao filme e pude constatar que a autora do espetáculo trabalhou muito bem na releitura da composição e revisitação a contextos diversos e, principalmente, na composição das personagens. Talvez o Lewis Carrol tivesse idealizado uma Alice, segundo as mídias têm padronizado com um certo tipo de beleza e o texto recriado nos brinda com várias “Alices” direcionadas a vários universos. Só aqui já dou os meus parabéns ao texto, pela qualidade, abordagem e perspicácia. O diálogo com a obra original foi perfeito, pude perceber a ruptura das ideologias nos contextos revisitados como o social, o educacional, o cultural, o político.
Interessante é que, à semelhança do que se vive no país atualmente, podemos ver a figura do opressor muito bem caracterizada pela Rainha de Copas, que a todo momento só pensava em decapitar, privar, oprimir e impedir de se viver a verdadeira cidadania.
No nosso país o que mais vemos são pessoas que foram “decapitadas”, isto é, perderam “cabeça”, não sabem mais o que fazer, mediante as crises, o desemprego, as falcatruas do governo. Enfim, perderam suas cabeças, foram decapitadas num país de impunidade, do “faz-de-conta” ao se acercarem das mazelas.
Então, a peça leva o espectador a garimpar preciosidades presentes nela e tentar polarizá-las no seu mundo.
A fantasia levada ao palco mostrou o ser humano querendo saber que papel representa no mundo, o porquê de estar aqui e que pode fazer para um mundo melhor, mais humano, mais equilibrado, mais feliz e justo.
ALICE - UMA QUASE ÓPERA PUNK-ROCK CONTEMPORÂNEA
Direção: Rejane Arruda
Produção e realização: Cia. Poéticas da Cia. Contemporânea
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